terça-feira, 27 de setembro de 2022

Geórgia e Cazaquistão registram entrada de milhares de russos após mobilização de Putin

 

Após semanas de tensão, a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano, dando início à guerra. Desde então, o conflito se desdobrou em ao menos três fases. Na primeira, as forças de Vladimir Putin tentaram tomar Kiev com um ataque com múltiplas frentes e pouco foco de poder de fogo. Com a resistência ucraniana, fracassaram.

Dali o foco se mudou para sua origem, o Donbass, onde em abril os russos iniciaram sua nova campanha, mais bem-sucedida até aqui e com a conquista da província de Lugansk, apesar de dúvidas sobre a capacidade de tomada da vizinha Donetsk. Após uma pausa tática relativa, a guerra entrou em sua terceira grande fase com Kiev ampliando os movimentos de sua primeira contraofensiva, especialmente no sul, enquanto Moscou retomou o avanço no leste e intensificou suas ações militares.

Geórgia e Cazaquistão, dois países que fazem fronteira com a Rússia, confirmaram nesta terça-feira (27) o aumento expressivo da chegada de russos desde que o presidente Vladimir Putin anunciou na semana passada uma mobilização militar para enviar reforços à Ucrânia.

Segundo o governo da Geórgia, o número de russos que chegam ao país praticamente dobrou: de 5.000 a 6.000 antes do anúncio de Putin, em 21 de setembro, para uma média de 10 mil pessoas por dia. No domingo, foram 11,2 mil, afirmou o ministro do Interior, Vakhtang Gomelauri.

Na fronteira com a Geórgia, as autoridades da região russa da Ossétia do Norte admitiram que a situação é "tensa" e anunciaram a criação de um posto militar de mobilização para recrutar os reservistas que tentam sair do país.

No Cazaquistão, as autoridades informaram que 98 mil cidadãos russos chegaram desde 21 de setembro, mas não divulgaram dados de comparação com a semana anterior.

O presidente cazaque, Kasim Jomart Tokayev, afirmou nesta terça que o país protegerá os russos que fogem para seu território para escapar do alistamento militar.

"Nos últimos dias, muitas pessoas vieram da Rússia para o nosso país. A maioria foi obrigada a partir por uma situação sem saída", disse o presidente, segundo as agências de notícias russas. "Devemos cuidar deles, garantir sua segurança", acrescentou o aliado de Moscou que se distanciou do Kremlin após a ofensiva russa na Ucrânia.

Ao mesmo tempo, nesta semana o Ministério do Interior publicou uma proposta para mudar as regras de imigração que limitaria a três meses o tempo que os russos podem permanecer no Cazaquistão, a menos que tenham passaporte. Atualmente, eles podem entrar apenas com a identidade do país de origem.

Enquanto alguns cazaques já pediram o fechamento de fronteiras ou restrições à entrada de russos, outros organizaram pontos de encontro para os russos que chegam e estabeleceram redes de voluntários para ajudá-los a encontrar abrigo.(AFP)

Folha SP


Nenhum comentário:

Postar um comentário